14 pontos de segurança

Os implantes mamários são as cirurgias mais procuradas pelas mulheres do mundo. Sabemos que as cirurgias plásticas possuem riscos de complicações, e isso é algo que preocupa diversas pacientes que desejam realizar algum procedimento nas mamas. E justamente para aumentar a segurança das pacientes durante essas operações, foi criado o protocolo dos 14 pontos de segurança durante o implante. E todos os cirurgiões plásticos qualificados devem segui-los para um melhor resultado. Conheça agora os detalhes deste protocolo.

O que é o Protocolo dos 14 Pontos de Segurança?

A chamada Técnica Asséptica é o que reúne esses 14 pontos estratégicos para reduzir o risco de complicações durante o procedimento cirúrgico. Essa técnica foi publicada pela primeira vez em 2013, e desde então, tem sido adotada por diversos cirurgiões no mundo inteiro.

O motivo para a criação dessa técnica, foi uma descoberta no universo das plásticas. Estudos mostram que o momento de maior risco de uma contaminação bacteriana no local operado, é durante o procedimento. É claro que a falta de cuidados da paciente no pós-operatório também pode gerar complicações, mas a higiene no momento da operação é imprescindível. A falta dela pode trazer consequências sérias.

Quando ocorre a contaminação bacteriana durante o procedimento, ela pode causar infecções na região operada, gerando a contratura capsular (endurecimento da mama, dor ou até mesmo deformidade após a cirurgia). A contratura capsular é o principal motivo que leva as pacientes a realizarem a troca de prótese. E é algo que pode ser reduzido suas chances de acontecer, utilizando os pontos previstos neste protocolo.

Portanto, o plano dos 14 Pontos de Segurança foi desenvolvido para minimizar a quantidade de bactérias que podem contaminar os implantes mamários durante a realização do procedimento. Dessa forma, reduz a chance de surgirem seromas, hematomas e a contratura capsular.

Em contrapartida, é importante avisar que seromas e hematomas são sintomas comuns em cirurgias mais invasivas e mais demoradas. Não significa que houve uma contaminação no momento do implante. Afinal, no pós-operatório, o comum é que a região operada fique inchada por um longo período de tempo, diminuindo com o passar dos meses. Tanto que só é possível analisar o resultado final da prótese mamária após 6 meses, aproximadamente.

Para diferenciar os sintomas comuns da cirurgia, dos sintomas da contaminação bacteriana, realize consultas frequentes ao seu cirurgião de confiança após o procedimento. Quando o inchaço na região operada não diminui com o passar do tempo, desconfie. Pois a tendência é que esse inchaço vá desaparecendo ao passar dos meses.

Quais são os 14 Pontos de Segurança?

Conheça agora a descrição dos 14 pontos de acordo com o protocolo da Técnica Asséptica:

 
• 1- Profilaxia antibiótica prévia. O uso de um antibiótico profiláctico é essencial no início do anestésico, aproximadamente 15 minutos antes da primeira incisão. Em alguns casos, essa profilaxia pode ser prolongada por mais alguns dias, na recuperação da paciente.
 
• 2- Priorizar a incisão pelo sulco abaixo da mama, e evitar incisões nas axilas e periareolares (ao redor do mamilo). Além da aréola, também é indicado evitar a colocação de próteses pela axila. Afinal, são áreas naturalmente mais colonizadas, o que significa que podem aumentar a contaminação no momento do implante.
 
• 3- Utilizar protetores de mamilo. A proteção da aréola com filme plástico estéril evita o derramamento das bactérias dos ductos mamários no bolso da prótese. Dessa forma, cria uma barreira durante a cirurgia, evitando o contato com as próteses.
 
• 4- Realizar uma dissecção atraumática, de forma cuidadosa, para reduzir os danos ao tecido mamário, com o mínimo de trauma tecidual. Afinal, as bactérias crescem de forma mais acelerada nos tecidos danificados.
 
• 5- Cuidadosamente, parar qualquer sangramento durante a cirurgia. Minimizando a coleta de sangue ao redor dos implantes mamários. Pois qualquer resquício de sangue pode ser alimento para as bactérias.
 
• 6- Evitar cortar o tecido mamário. A glândula mamária possui colonização bacteriana e cistos. A realização da técnica Dual Plane, por exemplo, reduz o contato direto do implante com a mama.
 
• 7- Realizar a irrigação interna abundante com soluções apropriadas, como antibióticos comprovados ou soluções de betadina 50%. Antes da inserção do implante!
 
• 8- Usar o funil introdutor do implante para evitar o contato direto do implante com a pele da mama. O uso do funil é bastante indicado, pois diminuímos o contato da prótese com o ambiente externo e com a própria pele, diminuindo assim a taxa de contaminação e de contratura capsular.
 
• 9- Use novos instrumentos e afastadores, e troque as luvas cirúrgicas antes de manusear o implante. Isso além de diminuir a taxa de contaminação, pode diminuir o risco da contratura capsular.
 
• 10- Minimizar o tempo entre tirar o implante mamário da embalagem e inseri-lo dentro da mama. Menor exposição da prótese ao ambiente, aumentando a segurança.
 
• 11- Evitar o uso de moldes mamários no momento do procedimento, e também evitar ficar tirando e colocando de volta o implante através da pele.
 
• 12- Fechar as incisões por camadas, e também fixar bem o sulco para evitar a tensão na cicatriz.
 
• 13- Sempre que possível, evitar a utilização de drenos nas mamoplastias de aumento que não estejam associadas com a mastopexia.
 
• 14- Finalizando, com uma recomendação futura: caso a paciente se submeta a outro procedimento cirúrgico mais invasivo futuramente, que ela tome um antibiótico profilático 2 horas antes da cirurgia e mais 2 doses após a realização. Como procedimentos dentários, por exemplo.